tag:blogger.com,1999:blog-91590976831877478122024-03-08T18:00:32.347-03:00Subterfúgio Imaginárioa vida é uma puta de unhas vermelhas, sim.Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.comBlogger29125tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-53755066151074760492014-10-03T19:51:00.002-03:002014-10-03T19:51:33.280-03:00A tempestade imaginária matou todas as flores em sua cabeça.
O outono estava lá, e havia nele uma elegância caótica, amarelada e intensa, deixando bem claro que paisagens - <i> (assim como pessoas) </i> - são tristes, são belas.<br><br>
O vento frio de outubro gritava em seu rosto, e ela - de maneira bem mecânica (pois não fora feita pra fazer o que TEM que ser feito) - se via a organizar a vida pra estação mais cheia de <i>poréns</i><br><br>
<b>Mais um ano, mais um acúmulo imenso de saudades, e essa construção incessante de si mesma... </b> E como de costume, se tranca em meio a tantas idéias e alguns poucos talentos, lá vai ela, mecanicamente limpando as folhas do outono.<br> <br>
Pensa nas pessoas que moram no lado sul do planeta, <i> e como a gente quebra promessas de jamais sair de lá </i>. Lembra que nem tudo são folhas de outono e se dá conta de que a tempestade nunca aconteceu fora da sua mente.<br><br>
Um banho quente aquece o corpo, e um copo de qualquer bebida aquece a alma. Algumas pessoas jamais estarão completas, e ela sabe disso.<br><br>
<i>Ela escreve coisas belas. Deve haver um mundo de perturbações na sua cabeça.</i>
Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-88679531481585504242012-10-26T16:20:00.000-02:002012-10-26T16:20:31.244-02:00Sete diasEla voou pra tão longe dentro de uma bolha de sabão, tão frágil, tão forte, tão certa. Ela voou, mas nunca deixou pra trás todos aqueles pedaços de cristal que costumavam enfeitar sua vida...<br><br>
As vezes, pra viver um sonho, tem que se abrir mão de um outro.<br><br>
Vida, você é maluca ou o que? Porque você parece nunca ser completa, você está sempre sentindo falta de alguma coisa... As pessoas te peguntam como se sente, elas não entendem que não existe resposta.<br>
Mesmo quando você sorri, é um meio-sorriso e parece que sempre vai ser.<br><br>
Você se pega pensando em problemas que não existem. Gente é um negócio complicado, enfim. Não existe um 100%, e se existisse, seria loucura.<br>
Ela voou numa bolha de sabão pois suas asas de purpurina estavam cansadas demais, metade dela queria partir, metade dela desejava ficar.<br><br>
Sete dias é muito pouco, conclui.<i> Vida, o que você quer da vida?</i> Por que é que você se pendura de ponta cabeça no galho de uma árvore?<br>
Me lembro quando você costumava sentir tanto medo, mas então, as coisas pareciam até mais simples quando a coragem era palavra inexistente no seu vocabulário...<br><br>
Vida, você está aqui tão presente e pulsante que só me resta te viver.Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-84914262987829918482012-10-15T19:00:00.000-03:002012-10-15T19:00:22.281-03:00Banco o palhaço, te busco, te caço, mas você foge a passos largos e eu, tolo, não sei o que faço.<br><br>
Te traio, te beijo, me mato. Cuspo e rasgo teu retrato, te abandono mas não te largo. Te amo e te maltrato.<br><br>
Me corto em tua língua afiada, bebo cada dose da sua lágrima forçada. Rasgo os pulsos nessa peça improvisada.<br><br>
Traio a mim mesmo, me pego fugindo pela cidade a esmo, sou fraco, fútil, funesto.<br><br>
Então, descubra o que não é mentira. Flores, dores, rosas murchas pra quem eu amei um dia.Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-52213520077152017162012-10-05T13:31:00.001-03:002012-10-05T13:31:31.232-03:00Então eu permaneci lá, sentada no degrau, por infinitos minutos. O tempo é mesmo relativo. Não tenho certeza sobre o quê estava pensando, pois era apenas como um estado de coma.<br>
Você pensa que as coisas são impossíveis, até que começa a fazê-las.<br><br>
Eu acendi um cigarro e bati as cinzas pelo chão, eu gosto do sabor da fumaça enquanto assisto o pôr do sol pela janela do meu quarto... eu gosto do sabor da fumaça... Mas, do que mais eu gosto mesmo??<br><br>
Lembro da infância, quando girava e girava, caía no chão e a cabeça confusa. Quantas vezes prometi não fazer novamente? Só parei na adolescência. Hoje a cabeça ainda gira, mas por outros motivos. Quantas vezes, na manhã seguinte, jurei que nunca mais iria tomar cerveja?<br><br>
Promessas que a gente faz, sem a intenção de cumprir.<br><br>
Esse degrau me parece o lugar mais confortável do mundo... pena que...<br><br>
Estive lendo velhos diários, antigos pensamentos, tentando descobrir quando foi que eu mudei tanto. Tanta gente veio, quase todos se foram. E, entre bons amigos e antigos amores, eu meio que entrei em transe. <i>Sou a pessoa que mais amou nesse mundo.</i> Sou a pessoa que menos se questiona os motivos de não ter dado certo.<br><br>
Eu não sei se é prudente falar sobre os sentimentos, principalmente quando se tem a guarda baixa, como é meu caso. Eu nunca me protejo. Eu escrevo coisas sem sentido, entro em assuntos paralelos e as pessoas não entendem.<br><br>
Daqui do degrau dá pra ver que vai chover... Talvez eu devesse largar esses devaneios e ir recolher a roupa do varal... Mas, uma pessoa que mal respira, você acha mesmo que ela se importa com a roupa, com a chuva, com o fim de semana?<br><br>
<i>É tão difícil partir, até que você parta. Então acaba sendo a coisa mais fácil que você já fez na vida.</i>
Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-42177543369227249412012-09-25T12:48:00.001-03:002012-09-25T12:48:20.454-03:00lá na roça tudo é triste, até o jeito de falar...E entre alegrias e ansiedades, eis que surge <i>- ainda que de leve - </i> o medo. Eu olho pra todos esses rostos bronzeados de sol, corpos que encaram o trabalho no campo, gente tão simples, tão feliz, tão minha.<br><br>
A moda de viola na hora do almoço, o português à la Guimarães Rosa <i>proseado</i> por uma gente tão verdadeira e de amores tão intensos.<br>
O cheiro da chuva na terra. Aquele bando de pássaros cantando pro pôr do sol. A comida perfumada e feita aos montes, porque na roça o almoço é sempre feito em toneladas... só quem viveu isso sabe bem o que é...<br><br>
É um sotaque meio que único, um jeito preguiçoso de conversar sobre essa vida que passa quase que parando.<br>
Tudo, por menor que seja, vira assunto. Tudo vira <i>causo.</i> E entre a preparação pra mudança e a viagem, tudo vira caos.<br><br>
Mas, ninguém falou que seria fácil, ninguém falou que seria indolor. Porque, quanto mais as coisas aconteçam <i>(e elas acontecem aos montes)</i> mais humana eu fico, sujeita a milhares de dores e felicidades.<br><br>
A vida aqui nessa terra assim: devagar, aos poucos, gigante, única. E um dia eu volto pra ela.Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-24054645265745218552012-09-23T17:21:00.000-03:002012-09-23T17:21:00.108-03:002 x 23Tentando decidir o que cabe em duas bagagens quando a gente opta por um sonho. Duas malas, 23kg cada. É tudo o que eu posso levar. E não, não estou reclamando! Eu, que adoro desafios e que já recomecei algumas dezenas de vezes, estou apenas amando isso tudo!<br><br>
Separando peças, me livrando de peso desnecessário <i>(entre objetos e pessoas)</i>, um turbilhão na cabeça e uma paz absurda no coração.<br>
A melhor coisa do mundo é decidir por si mesma, fazer só aquilo que se tem vontade, quebrar as correntes, ser livre... A melhor coisa do mundo é saber que não é questão de sorte, e sim de competência.<br><br>
Minha mãe me ensinou a não culpar as circunstâncias, o governo, o clima ou <i>blá</i> quando as coisas não dão certo. Meu pai me ensinou a nunca deixar as coisas darem errado. E eu cresci assim, com essa vontade louca de ser feliz e de amar sempre.<br><br>
O álbum de fotos não vai comigo (muito pesado!), mas eu não gosto de álbum digital. Dois pacotes de café são presença confirmada em uma das malas. Preciso me livrar de coisas, preciso comprar outras tantas.<br>
Coisas que vão ficando pra trás, dvd's, livros de Psicologia, coisinhas, coisonas. Coisas novas que estão por vir.<br><br>
Muita cor, muito Brasil dentro da mala, <i>mais ainda dentro de mim</i>.<br><br>
Meu quarto está uma bagunça, mas é bom ver a vida assim se ajeitando. Quem diria... Porque só duas pessoas nesse mundo sabem de fato, com todos os detalhes.<br>
Uma parada pra um cigarro, a lembrança daquele dia em que uma simples FR mudou a sua vida todinha, antes mesmo de você saber.<br><br>
Eu olho pras malas, preciso de mais espaço, preciso de pôrra nenhuma. Tudo o que é necessário cabe na minha bolsa: passaporte e Visto K1.<br>
Deixo as malas pra outro dia, porque no fim da matemática, 2x23 é muito pouco pra levar quem não vai comigo, e ao mesmo tempo, espaço demais pro sorriso que eu guardo no peito.Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-91703456338956764292012-08-23T19:25:00.000-03:002012-08-23T19:25:19.527-03:00Nos últimos 13 meses eu tenho me alimentado de pedaços de nuvens, mantido as estrelas sob os meus pés enquanto caminho. Durmo com a janela aberta na esperança de que um bando de vagalumes me carregue para o lado de lá do mapa.<br><br>
Não foi tarefa das mais fáceis, mas mantive a cabeça em ordem e o coração batendo com toda a força que esse corpo é capaz de suportar... Eu virei noites em claro a ponto de quase perder a noção dos dias, mas insônia de felicidade é sempre coisa boa.<br><br>
É bom saber que sou mais forte do que pensava, e das poucas vezes em que cogitei pular do balão, ele estava lá me trazendo a calma. E em todas as noites em que me senti tão solitária no meu castelo, ele escalou a torre pelas minhas tranças.<br><br>
Em 7 dias começa uma nova história. Vamos escrever esse último capítulo e partir para o próximo livro. Os mesmos protagonistas. Rumo a um outro reino.
Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-65217857165562430552012-05-24T14:36:00.002-03:002012-05-24T14:37:09.128-03:00A chuva deixa tudo mais triste, as pessoas não saem de casa, eu não quero conversar. Talvez devesse ir lá fora,pisar na grama, me molhar inteira, lavar essa alma que hoje está cinza como o dia.<br><br>
Ou talvez seria melhor esquecer, deixar pra lá... Mas como parar de pensar? Tentar não lembrar é como deixar de respirar, ou pior... Essas coisas que te matam aos poucos, te fazem ficar obcecada. Essas coisas que você não decide se são boas ou ruins.<br><br>
Você pensa em escrever, a cabeça gira, o relógio bate... Cadê fome, cadê sono?<br><br>
Tudo está tão quieto, o silêncio grita. Onde acaba o sonho e começa a realidade?
E você busca forças, tudo tão em vão... <br><br>
Deita, levanta, conta os azulejos da cozinha. O barulho da rede na varanda te incomoda. Tic tac, 02:31 da manhã. Você quer telefonar, você quer fingir que não se lembra. E é como injetar veneno na veia.
Se estivesse morta, tudo seria tão mais fácil.<br><br>
Mas o calor no peito e a dor constante mostram que ainda está viva. Ainda...<br><br>
Talvez fosse melhor esquecer, deixar pra lá... E como fosse fácil, vira pro lado a fim de dormir.Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-85202972029663016212012-04-19T18:33:00.000-03:002012-04-19T18:33:18.991-03:00<i>... e não é que as estrelas desabaram sobre a minha cabeça, me sujando toda de purpurina?</i><br><br>
Foi num dia meio que cinzento dentro de mim, eu separei todas as minhas metáforas e as rasguei, uma a uma. Não me lembro se foi antes ou depois da agulhada, implacável e tão necessária, tão fiel nessas horas em que se tem o tórax aberto e o coração exposto.<br><br>
E com as mãos eu precisei mantê-lo pulsando, massageei por horas a fio até que enfim pude guardá-lo de volta, e costurar o peito em pontos infinitos.<br><br>
Você toma milhares de pílulas na tentativa de sanar essa dor, mas não percebe que esse eterno doer é o que te mantém vivo. <br>
Lembra de quando era criança e achou que brincar de girar seria uma boa ideia? Pois então, eu não brinco disso há anos, mas a vertigem é presença certa nos meus dias. E eu ponho pra fora tudo o que está me amargando a boca, fácil. Complicado mesmo é limpar o vômito.<br>
Complicado mesmo é encarar o espelho, a maquiagem borrada, os olhos vermelhos.<br><br>
Mas aí, eu, que tenho a cabeça inchada e os pensamentos confusos por conta das estrelas que despencaram, me lembro que havia rasgado as metáforas... talvez da próxima vez seja melhor jogá-las ao vento ao invés de tentar colar novamente.<br><br>
<i>e em dias de cinza dentro de mim, deixar de lado essa ideia de escrever tanta bobagem... algumas lembranças devem ser esquecidas...</i>Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-3348197484444759192012-03-30T19:48:00.001-03:002012-03-30T19:48:13.736-03:00...então eu rolei escada abaixo, me levantei e percebi alguns ossos quebrados e todos os dentes intactos. Sendo assim, não havia nada que pudesse me impedir de sorrir novamente, como naquelas tardes de domingo que não precedem a segunda.<br><br>
Cobri as cicatrizes com tatuagens, você sabe. E os piercings pra manter as coisas presas no lugar.<BR><BR>
Você já olhou nesses olhos e se deu conta de como eu mudei? Não é mesmo incrível que o passar de longos anos podem melhorar a gente? E mais está por vir: na semana que vem eu desato o último e derradeiro nó que me segura àquele velho problema.<br><br>
Me lembro que de como as coisas eram grandes demais pra caber no meu peito... ou tão pequenas que eu nem mesmo as enxergava... Mas hoje eu abro as janelas e consigo ver cada um dos detalhes. Toda aquela turbulência me deixou tão zonza que eu não podia notar o óbvio.<br><br>
E assim se deu a sinfonia, já que coisas óbvias nunca me atraíram mesmo...<bt><br>
Sendo assim, eu subi os degraus novamente, daquela mesma escada tão conhecida de nós dois... e agora que tanto tempo se passou, é a sua vez de <i>conservar intactos os dentes.</i> Foi ótimo pra mim, vai ser muito bom pra você.Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-40290428589358365672012-03-21T22:52:00.001-03:002012-03-21T22:53:05.287-03:00Estou soltando os monstros que mantive trancados no meu armário.<BR>
Feridas que eu julguei cicatrizadas, hoje elas sangram e me mostram que bicho selvagem não nasceu pra viver enclausurado.<br><BR>
Eu sabia que esse dia iria chegar, e não sei ao certo até onde estou pronta. Todos têm um pecado, todos têm uma fraqueza... e a minha <i>kryptonita</i> tem os olhos raivosos, a boca podre embebida em veneno e mãos que querem me estrangular.<br><br>
Eu deveria ter te matado muito antes, <b>há 10 anos</b>, naquela noite em que nos encostamos no para-peito do edifício e você me disse que era <i>tudo ou nada</i>. Eu não quis pular, mas quantas vezes você tentou me atirar lá de cima? E eu, zonza, sem saber o que fazer, tive que me agarrar no seu pescoço pra evitar a queda.<br><br>
E, por todos os hematomas e arranhões, eu culpei a pessoa errada... E hoje, a pessoa errada me culpa.<br><br>
<i>...estou trazendo os monstros pra dentro da minha sala...</i>Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-66068136984950509862012-02-29T13:11:00.003-03:002012-02-29T13:11:27.981-03:00<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 14pt;">E a falta que faz a simplicidade do que
é importante... <i>aquela visão de pássaros, aquele assunto de
Deus.</i><br />Mas o amor não é coisa que acontece uma só vez, não.
Ele é sentimento eterno que a gente traz no fundo do peito, e transforma em
pessoa. <i>A flor do amor tem muitos nomes.</i><br /><br />Acho
de coração pequeno aquele que diz que ‘é uma vez só e por todo o sempre’.
Porque é sentimento infindo, e o que muda é o objeto do desejo. Uma vida tão
bem vivida, uma vida tão bem amada. Aquela espécie de <i>sol entrado,
(...) luar que põe a lua inchada.</i><br /><br />Mas, nem o mais
real dos filmes, o mais bem escrito dos livros; nem lá a gente encontra a
explicação que se procura. Porque a gente só quer encontrar aquilo do que sente
falta. E nem se dá conta de que
<i>a gente só sabe bem aquilo que não
entende.</i><br /><br />Quantos foram pra mim <i>o sol em
pulo de avanço, (...) poço que promete peixe... Daquelas mãos eu recebia
certezas.</i><br /><br />E eu os deixei partir. Como o pôr do sol
que precede a noite de lua cheia. Como o orvalho que anuncia o dia. Igual a
chuva que cresce as flores.<i>Moço, toda saudade é uma espécie de
velhice.</i><br /></span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 14pt;">E, com o <i>coração posto na
beira, (..) uma má vazante, aquele silêncio de ferro,</i> eu os libertei.
Porque <i>t</i></span><i><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 14pt;">em horas em que penso que a gente carecia, de repente, de
acordar de alguma espécie de encanto.</span></i> Pra se encantar
novamente.<br /><br /><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 14pt;"> Amor não tem rosto nem nome, moço. Muito menos
morada eterna.<br /><br />E muito melhor uma coleção de amores que um
ajuntamento de contenções. E, se estamos em constante transformação nesse
mundão de Deus meu, só posso pensar que, <i>de
cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela
hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa.<span class="apple-converted-space"></span></i> Com o mesmo amor. De vários amores.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-75843022222726929212012-02-14T17:18:00.000-02:002012-02-14T17:18:40.281-02:00...porque simplesmente não tem como clicar em "ferramentas" e apagar todo o histórico... porque temos um passado que pode não agradar a todos... porque a perfeição é algo que só existe se soubemos aceitar, sem julgamentos, os inconvenientes dos 'defeitos'.<br /><br />
Porque as diferenças estão aí pra equilibrar as coisas... e a gente sabe que a experiência depende muito dos tropeços...<br /><br />
Porque só os lunáticos são 100% felizes o tempo todo.<br /><br />
Porque somos normais e alguns nos detestam. Uns, pelo simples <i>não ir com a cara</i>. Outros, por razões óbvias.<br />
E a gente tenta suprir as coisas que nos faltam num dia como esse. A gente lê, compra, dorme, come. Tenta sorrir... um sorriso meio que sem graça, é verdade. E a gente se lembra de que os dias estão repletos de calmaria, daquele tipo bom de sentir.<br /><br />
Por isso mesmo se sente ainda mais estúpida.<br />
Onze anos atrás. Ainda não sei avaliar se é tempo suficiente para esquecer. Se foi grande o bastante para ainda recordar.<br /><br />
<i>deveríamos ser expressamente proibidos de ler certas coisas, elas ainda não se encaixam.</i>Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-21720402257465490532012-01-29T19:12:00.003-02:002012-01-29T19:12:36.866-02:00<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14pt;">E às vezes vem aquele nó na
garganta, acompanhado de uma vontade louca de se trancar numa bolha e nunca
mais sair.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;">Você procura pelo motivo
dessa angústia e inventa alguma desculpa estúpida, mas, no fundo, sabe bem do
que se trata. Não, não vale a pena culpar o mundo quando a gente conhece a <i>dor
e a delícia de sermos quem somos.</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"> Então, você fica o dia todo com esse aperto no
peito. Lembra de tudo. Claro. De cada palavra, cada telefonema, cada email. Se
lembra até das coisas que ainda não viveu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;">Pensa que poderia ser mais
fácil, mas nunca foi covarde, afinal. Pensa que um dia só restarão as
lembranças de uma vida inteira, e você quer as melhores possíveis. E por isso
vai mudar TUDO pela quinta vez. Se arrisca. Aposta tudo mais uma vez. <i>Até hoje
nunca perdeu.</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;">Então, escalar é preciso, e
se atirar da mais perfeita altura também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;">Mas a angústia não passa, não
hoje. Domingo é mesmo um dia meio que morno, deve ser isso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;">No domingo que vem tem mais,
sempre. Mas, vale muito a pena. Ah, se vale. Porque sabe que, infelizmente,
poucos tem essa chance de viver de verdade, com tudo. Poucos tem esse
entusiasmo de experimentar cada uma das oportunidades que o mundo traz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;">As pessoas se acostumam tanto
com tão pouco. Por que será que elas sonham tão alto e rastejam tão baixo?
Estão sempre se queixando, sempre desejando uma outra realidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;">Deixa arder, elas são um
problema só delas, enfim. E esse texto não é sobre os outros, não...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;">Vai pro seu quarto, abre uma
cerveja. Duas. Em pouco tempo, várias. Coloca aquela música, abraça o
travesseiro e sente o rosto quente, molhado. Sem pensar em mais nada,
finalmente dorme.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;">É bom demais sentir, é bom
demais viver. <i>Viver, não apenas existir. </i>Um brinde a você que não acredita nos
velhos clichês que afirmam que tristeza não tem fim, felicidade sim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-57208807021600095542012-01-25T20:14:00.003-02:002012-01-25T20:17:17.985-02:00<i><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><i>Epitáfio</i></span></i><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><br /><span style="font-family: 'Courier New';">
quando esse corpo padecer </span><br /><span style="font-family: 'Courier New';">
e a alma se libertar </span><br /><span style="font-family: 'Courier New';">
o coração parar de bater </span><br /><span style="font-family: 'Courier New';">
o pulmão nunca mais respirar </span></span><br />
<span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: 'Courier New';"><br /></span>
<span style="font-family: 'Courier New';">serei náufraga no mar das cruzes </span><br /><span style="font-family: 'Courier New';">
distante de todas as luzes</span></span><br />
<span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: 'Courier New';"><br />quando meu riso falso sumir </span><br /><span style="font-family: 'Courier New';">
e a dor por fim me deixar </span><br /><span style="font-family: 'Courier New';">
o espírito puder sorrir </span><br /><span style="font-family: 'Courier New';">
e toda a mágoa se dissipar </span><br />
<span style="font-family: 'Courier New';"></span><span style="font-family: 'Courier New';">encontrarei meu lugar perfeito </span><br /><span style="font-family: 'Courier New';">
e viverei de um outro jeito.</span></span><br />
<span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: 'Courier New';"><br />anjos de concreto e um epitáfio </span><br /><span style="font-family: 'Courier New';">
bem escrito </span><br /><i><span style="font-family: 'Courier New';"><i>"essa menina está vivendo num reino </i></span><i><br /><span style="font-family: 'Courier New';">
tão mais bonito</span><span style="font-family: Tahoma, sans-serif;">"</span></i></i></span>Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-18331717016456338132012-01-17T23:01:00.001-02:002012-01-17T23:01:28.877-02:00Era como estar feliz, só que ao contrário, dizia ela. E eu dava as mesmas respostas prontas de quase sempre, que ela pouco escutava.<br />
Vivendo no <i>automático</i>, sem sentir ou perceber. Um tanto melhor seria a morte.<br />
Era como se a felicidade dependesse de toda uma soma única, de um valor exato. Todos os dias procurando por algo que não se sabe o quê, e incapaz de criar ou mudar o que já se tem. O que já se é.<br />
<br />
E ela se fingia de brava e irritada como poucos; o que só denunciava toda a sua fragilidade. Mas por que as pessoas não enxergam? Por que ninguém vê o óbvio?<br />
<br />
Falava de assuntos que pouco conhecia, apenas decorava algumas das coisas que achava ser interessantes, que pensava fazer dela uma garota <i>diferente</i>.
Julgava os comportamentos que, inconscientemente, desejava repetir. Os pecados que sonhava em cometer.
Gritava suas ‘verdades’ por aí afora. Impunha, falava como se alguém estivesse mesmo preocupado com as suas opiniões.<br />
<br />
E por isso, quanto mais interessante pensava ser, mais tola e pequena se mostrava. <br />
Era como ingerir veneno e tentar vomitá-lo no rosto das pessoas. Era como discutir um filme que nunca se assistiu.<br />
<br />
E nessa constante busca pelo <i>não se sabe o quê</i>, ela desaba e, conforme o previsto, vira apenas mais uma pessoa. No sentido mais generalizado. Na maneira mais comparativa. <br />
<br />
<i>Mas eu vim até aqui para salvá-la.</i><br<br>
Era como querer correr quando se está em um pesadelo.<br /><br />
Era como começar um texto e não saber ao certo como terminar. Era como falar de alguém que não se conhece.<br /><br />
Não se apresse, não se atrase, menina... No fim disso tudo, você só vai descobrir a vida. A vida.
</br<br>Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-16061725383488538242012-01-12T19:10:00.000-02:002012-01-12T19:10:02.876-02:00<i>...foram dias de pôr do sol nas redondezas do castelo...</i><br><br>
Minha <i>Glass House</i> iluminada com o sorriso do meu pequeno príncipe... Vamos atarracar no rabo do cometa e descobrir planetas distantes. Sou sua rosa, antes mal criada e espinhosa, e ele cuidadosamente rega e escuta... Coloca o pára -vento para eu não adoecer... <br><br>
E mesmo havendo milhões de rosas pelo mundo, eu sou Única, porque o tenho e ele me tem.<br>
Juntos voamos pela atmosfera azulada, assoviando velhas canções que não se fazem mais e nos enroscando no lume das estrelas. <i>É ele quem as acende.</i> <br><br>
Foi, por fim, uma colisão de galáxias. E eu desisto de tentar: não há como explicar os encantos dessa minha vida.<br>Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-15949525137713431132011-12-24T14:38:00.001-02:002011-12-24T14:38:41.412-02:00O Natal chegou, data preferida de alguns, detestada por outros.<br>
Tudo o que eu tenho a dizer é... GENTE <i>- com letra maiúscula - </i> sejamos honestos com as pessoas, mas acima de tudo, com nós mesmos. Que tenhamos a coragem e a sabedoria pra educar nossos filhos, de modo que eles sejam pessoas de bem. Vamos ser bons filhos e cuidar dos nossos pais da melhor maneira que nossa condição física, psicológica e financeira nos permita.<br>
Vamos ser bons irmãos, não apenas de sangue, mas de coração também. Vamos ser os netos que entendem as dificuldades dos nossos velhinhos.<br>
Vamos nos lembrar que cor da pele, questões políticas e geográficas são apenas bobagens inventadas por nós mesmos. Vamos respeitar as diferenças religiosas, a fé e a falta dela, pois o que veste em você não veste em mim.<br>
Um ano novo vai começar, algo simbólico, fato, pois a vida que segue e o que você sente independe de data. Mas vamos nos dar a chance de compreender e oferecer a oportunidade de sermos igualmente compreendidos.<br>
E os amigos, ainda que nunca estivemos juntos pessoalmente... ah, os amigos... O virtual é um jeitinho que encontramos de nos aproximarmos.<br>
Vamos pensar nessa família maluca que temos e amara cada um de seus membros da maneira que nos for cabível, pois sentimento não se mede, não se pesa. Se sente. Vamos todos nos lembrar de quem está distante, porém sempre presente. Vamos nos recordar dos que se foram com alegria, eles nos deram tanta felicidade. Não pensemos neles com tristeza.<br>
Aos casais, vamos pensar que respeito é fundamental, seja no começo, meio ou fim do relacionamento.<br>
Cuidemos de nossos animaizinhos e respeitemos os do outro. Se você não gosta, não maltrate.<br>
As diferenças estão aí pra nos fazer crescer enquanto pessoas, mais do que isso: enquanto GENTE.<br>
E, gente erra, gente fala bobagem, gente sofre. Mas GENTE tem um algo de absurdamente mágico.<br>
A vida muda os planos, mas o objetivo é sempre o mesmo: SER FELIZ. E, GENTE, nunca é tarde demais, nunca é cedo demais, nunca é pequeno ou grande demais.<br>
Porque, cedo ou tarde, essa maravilha que é estar vivo chega ao fim. Mas, enquanto o fim não chega, sejamos GENTE, sejamos HUMANOS, sejamos FELIZES.<br>
Conto com vocês no próximo Natal!Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-69409717614115895682011-12-20T00:33:00.000-02:002011-12-20T00:33:35.688-02:00Aquele casal que se conhece desde sempre, brincavam juntos, brigaram juntos, cresceram juntos. A mãe dela era a "tia", a dele também. Ela era tão magrela e cabeluda, e ele era só um moleque branquelo e com o rosto cheio de espinhas.<br>
Mas dizem que o tempo passa, e, rapaz, não é que ela estava até graciosa? Ele também encorpou, não era o mais bonito, mas sei lá... tinha um certo charme.<br>
As brigas agora eram por outros motivos, que eles mesmos desconheciam. Implicavam um com o outro e ninguém entendia o porquê. E no dia seguinte, tinham que se encaram, eram vizinhos, 'quase parentes' como costumavam dizer.<br>
Um dia ela foi embora, eram tempos de faculdade e a vida toca. Ele inventou que queria montar uma banda, mas todos sabiam da sua falta de talento.<br>
O mundo rodou e os desencontros eram constantes. Nesse feriado, ele voltava pra cidade, mas nada dela aparecer. No próximo feriado, o contrário. Ah, melhor assim, ela era uma chata e ele um metidinho.<br>
Mas no Natal do ano passado, as famílias haviam combinado e não havia espaço pra desculpas. E eles se viram. Cara, ela tava linda! Linda! E de mãos dadas com outro cara. Por que raios ele se incomodava tanto? Ele devia estar feliz, afinal, sua 'quase prima' com seu melhor amigo. É, ele tava feliz. Pros infernos!<br>
Ele gaguejava, se engasgava com a cerveja, não conseguia olhar nos olhos do casal. E ela estava distante do namorado, por que tinha mudado tanto e de repente?<br>
Não podia acreditar, não estava acontecendo, não, não, não... Oh, wait. Sim, sim, sim. Era paixão, era desejo, era raiva. Mas que merda, a gente não pode querer a mulher do amigo, do melhor amigo.<br>
Culpa, o raio que te parta. Na primeira chance eu chego nela. Falo tudo. Das cartinhas de infância que eu nunca enviei, de como eu quis te beijar no <i>pera-uva-maçã-salada mista.</i> De todo o sono que perdi quando vi que você estava crescendo.<br>
Quase meia-noite, o bode sumiu, deve ter ido ao banheiro.<br>
Ele foi, contou tudo, já não gaguejava mais. Disse o quanto estava feliz por vê-la e como desejaria que ela estivesse sozinha. Pediu desculpas, não devia pensar nessas coisas.<br>
Mas foi interrompido por um beijo, daqueles que a gente pega na nuca, que queima o estômago. Um beijo único, rápido, eterno. Olharam-se nos olhos e não disseram nada. A minha quase prima, a namorada do meu melhor amigo.<br>
Virou as costas, saiu andando. Nunca mais, está prometido.<br>
<i>...assim como veio, assim partiu. pra uma vida inteira, um minuto apenas...</i>Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-37377504004870534962011-12-15T19:20:00.000-02:002011-12-15T19:20:12.896-02:00O suor escorre pelas têmporas, molhando e fazendo brilhar o rosto marcado por essa mistura insana de sentimentos, e sempre que ficava irritado, esse era o primeiro dos sintomas. <br>
Avistou ao longe aquele que vinha procurando há tempos, apressou-se em tentar ordenar os pensamentos, afinal, aquela seria uma chance rara e não seria prudente desperdiçá-la. O passado girava em sua cabeça e fazia com que a raiva crescesse a cada segundo, maldição, era impossível esquecer. <br>
O que parece ser uma simples mágoa para uns, pode ser o pior dos transtorno para outros. <br>
Agora ele caminhava a passos largos e firmes, e seu alvo estava agachado, de costas, indefeso, incapaz. Nada o faria voltar atrás.<br>
Bem perto, saca a arma e puxa o gatilho. Naquele barulhinho inconfundível - <i>click</i> - o rapaz vira-se devagar, olhos arregalados, fita o homem que o mantém na mira. Milhões de coisas passam por sua mente agora, e silenciosamente implora por misericórdia.<br>
A gente deveria se arriscar mais, já que é certo que todos os caminhos levam a um mesmo lugar. E na vertigem dos seus pensamentos, o homem se vira e vai embora.<br>
Porque um dia somos arma, no outro somos munição. Porque um dia somos a vítima, e no outro simplesmente desistimos de ser o algoz.Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-66615946288309571922011-12-08T13:47:00.001-02:002011-12-08T13:50:53.717-02:00Detesto essas coisas tolas <br>
que eu escrevo, que eu sinto. <br>
Ou quando choro no espelho <br>
me borro, me corto, me pinto <br>
de boa menina, garota do bem <br>
mas é tudo mentira, não gosto, <br>
não suporto nem tolero ninguém. <br><br>
Vivo no meu lindo castelo<br>
doces, bexigas, e um príncipe<br>
uma pequena boneca e um lago<br>
com belíssimos cisnes.<br>
Mas não se iluda, não sou uma <br>
princesa; sou uma criança má<br>
não quero a tua presença. <br><br>
Enquanto o tempo passa meu coração <br>
se endurece, minha alma vazia, chora <br>
e se entristece. <br><br>
Vai ser sempre assim, bem dessa <br>
maneira, pois sou tão feliz em <br>
meio a minha doce sujeira.Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-72085966223192474072011-12-03T17:50:00.001-02:002011-12-03T17:53:15.627-02:00Vejo gente morta por todos os lados <br>
assombrando os meus sonhos despedaçados <br>
vigiando meu sono e me perseguindo <br>
nunca querem me ver sorrindo.<br><br>
Me esperam no quarto no cair da aurora <br>
e parecem nunca querer ir embora <br>
sorrisos e frases sem sentido <br>
quase sempre acabam comigo.<br><br>
As pessoas ignoram os meus apelos <br>
e não se importam com meus pesadelos <br>
fogem da minha mania de gente morta <br>
que se esconde sempre atrás da porta.<br><br>
Tenho medo da minha sorte, <br>
temo o abraço da morte,<br>
corro sempre da voz que me chama<br>
e do olhar que parece gritar que me ama.<br><br>
Fantasmas se fazendo reais no meu sono <br>
acordo chorando, temendo o abandono <br>
querendo entender essa sina tão torta,<br>
tentando fugir de toda essa gente morta.<br>Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-65935186743150895062011-11-29T17:57:00.001-02:002011-11-29T18:00:52.616-02:00Aqueles segundos que precedem a morte, onde a vida toda passa diante dos seus olhos; ele pensa, imóvel, nas coisas que deixou de fazer por pura e simples covardia.<br><br>
O pé de jabuticaba e os constantes tombos lhe renderam algumas cicatrizes nos joelhos; o cheiro da chuva molhando a terra; as vezes em que rolava na grama e saía com o corpo pinicando... Sim, ele fora moleque um dia, mas quase nunca se lembrava disso; era adulto demais, sem planos, sonhos, utopias, enfim... Crescera e dera ouvido as pessoas ‘importantes e sábias’, queria ser como elas no passado, mas naquele momento tudo o que mais desejava era ter sido mais sonhador.<br><br> Sete segundos, ele vê o cachorro lambendo suas mãos e a alegria que aquilo lhe dava; viu a esposa; como ela iria reagir? De joelhos o tempo passa, lenta e cruelmente; as batidas do coração ameaçam falhar, mas as lembranças insistem em correr diante seus olhos. <br><br>
A vida toda a gente gostaria de viver de verdade, mas só no momento da morte é que se lembra disso...<br><br>
Lembra o primeiro emprego, <i>os primeiros tudos</i>, vê lágrimas e sorrisos bem ali, na sua frente, e sabe que esse talvez será seu útimo minuto. <br><br>
Uma criança jogando bola, ela corre e abraça a mãe num gesto sublime de amor e gratidão. Seria ele, aquela criança? Nem se lembrava mais da última vez em que dissera palavras agradáveis a um ente querido.
A tristeza é tão grande que nem sobra lugar para o medo; indefectível e instantaneamente, ele suspira uma última vez, fecha os olhos e morre.<br><br>
<i>um dia, ninguém se lembrará de você... <b>ninguém</b></i>.Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-76477463728542727182011-11-27T21:34:00.001-02:002011-11-27T21:40:22.688-02:00Prego os olhos no espelho na esperança de encontrá-lo lá no fundo, atrás das retinas. Ele me instiga tanto.
Isso sem falar nos constantes pesadelos. Sonho que estou me afogando. Eu sempre morro afogada. <br>
Sonho que corto os pulsos com estilhaços de estrelas. Imagino que cortar os pulsos não seja legal; vem a tontura e os vômitos.
Sonho com os olhos de um homem, mas eu nunca vejo seu rosto. Ele me pega pela mão e me leva a caminhar. Andamos muito. Então, ele me beija a testa, diz que me ama, rasga minha blusa e me dá várias facadas. No exato momento em que vou ver seu rosto, <i>puf</i>, acordo. <br>
Sonho com uma queda livre, tranquila, mas o chão nunca vem.
Sonho em preto e branco... Engraçado, no próprio sonho eu estranho isso tudo. Palhaços, velhos, pessoas disformes. Eles riem de mim. <br>
Mas lá em cima eu estava falando dele... Aaaahhh, como é difícil falar de alguém que acende as estrelas. <i>“quando você sentir a neve pela primeira vez, ela nunca mais vai sair dos seus ossos.”
</i>Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9159097683187747812.post-88147559582156500982011-11-24T11:57:00.001-02:002011-11-24T12:07:50.442-02:00Menina poetisa
que brinca, sonha
no correr da brisa.
Pula e se machuca,
mas levanta e sempre
vai a luta.<br>
Sonhos de cristal
se partem em mil pedaços,
ela se corta em seus
pontiagudos estilhaços. <br>
Furou o dedinho, coitada,
num delírio profundo
quase eternamente acordada. <br>
Menina poetisa
que chora, reclama
sozinha, caí¬da na lama.
Onde ela andará agora? <br>
A espera de sua estrela
no despertar da aurora. <br>
Menina, poetisa, levanta!!!
Acorda, que o mundo é teu,
me encanta... <br>
E com teu veneno, teus olhos
calados e sorriso incerto,
procure pela felicidade, pois
ela se encontra por perto.Vanessahttp://www.blogger.com/profile/08197326868438605306noreply@blogger.com1