... e não é que as estrelas desabaram sobre a minha cabeça, me sujando toda de purpurina?
Foi num dia meio que cinzento dentro de mim, eu separei todas as minhas metáforas e as rasguei, uma a uma. Não me lembro se foi antes ou depois da agulhada, implacável e tão necessária, tão fiel nessas horas em que se tem o tórax aberto e o coração exposto.
E com as mãos eu precisei mantê-lo pulsando, massageei por horas a fio até que enfim pude guardá-lo de volta, e costurar o peito em pontos infinitos.
Você toma milhares de pílulas na tentativa de sanar essa dor, mas não percebe que esse eterno doer é o que te mantém vivo.
Lembra de quando era criança e achou que brincar de girar seria uma boa ideia? Pois então, eu não brinco disso há anos, mas a vertigem é presença certa nos meus dias. E eu ponho pra fora tudo o que está me amargando a boca, fácil. Complicado mesmo é limpar o vômito.
Complicado mesmo é encarar o espelho, a maquiagem borrada, os olhos vermelhos.
Mas aí, eu, que tenho a cabeça inchada e os pensamentos confusos por conta das estrelas que despencaram, me lembro que havia rasgado as metáforas... talvez da próxima vez seja melhor jogá-las ao vento ao invés de tentar colar novamente.
e em dias de cinza dentro de mim, deixar de lado essa ideia de escrever tanta bobagem... algumas lembranças devem ser esquecidas...
Menina das palavras encantadas...
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEssa sua prosa poética foi uma dos textos mais lindos que já li em toda a minha vida, pois ele está impregnado da mais pura e autêntica poesia. Sim, tu, oh, menina és dona de uma poesia belíssima, mágica, e que nos envolve a alma a cada linha dela que lemos. Apesar de a mensagem ser pessimista tu não fazes com que caiamos no desespero, a beleza e a sutileza de suas palavras não nos permite ficar nesse estado de espírito lamentável. Parabéns, pelo seu incrível talento em escrever textos que são donos de uma estética literária tão linda e tão adorável. Beijos poéticos menina poeta.
ResponderExcluir