quinta-feira, 19 de abril de 2012

... e não é que as estrelas desabaram sobre a minha cabeça, me sujando toda de purpurina?

Foi num dia meio que cinzento dentro de mim, eu separei todas as minhas metáforas e as rasguei, uma a uma. Não me lembro se foi antes ou depois da agulhada, implacável e tão necessária, tão fiel nessas horas em que se tem o tórax aberto e o coração exposto.

E com as mãos eu precisei mantê-lo pulsando, massageei por horas a fio até que enfim pude guardá-lo de volta, e costurar o peito em pontos infinitos.

Você toma milhares de pílulas na tentativa de sanar essa dor, mas não percebe que esse eterno doer é o que te mantém vivo.
Lembra de quando era criança e achou que brincar de girar seria uma boa ideia? Pois então, eu não brinco disso há anos, mas a vertigem é presença certa nos meus dias. E eu ponho pra fora tudo o que está me amargando a boca, fácil. Complicado mesmo é limpar o vômito.
Complicado mesmo é encarar o espelho, a maquiagem borrada, os olhos vermelhos.

Mas aí, eu, que tenho a cabeça inchada e os pensamentos confusos por conta das estrelas que despencaram, me lembro que havia rasgado as metáforas... talvez da próxima vez seja melhor jogá-las ao vento ao invés de tentar colar novamente.

e em dias de cinza dentro de mim, deixar de lado essa ideia de escrever tanta bobagem... algumas lembranças devem ser esquecidas...