sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sete dias

Ela voou pra tão longe dentro de uma bolha de sabão, tão frágil, tão forte, tão certa. Ela voou, mas nunca deixou pra trás todos aqueles pedaços de cristal que costumavam enfeitar sua vida...

As vezes, pra viver um sonho, tem que se abrir mão de um outro.

Vida, você é maluca ou o que? Porque você parece nunca ser completa, você está sempre sentindo falta de alguma coisa... As pessoas te peguntam como se sente, elas não entendem que não existe resposta.
Mesmo quando você sorri, é um meio-sorriso e parece que sempre vai ser.

Você se pega pensando em problemas que não existem. Gente é um negócio complicado, enfim. Não existe um 100%, e se existisse, seria loucura.
Ela voou numa bolha de sabão pois suas asas de purpurina estavam cansadas demais, metade dela queria partir, metade dela desejava ficar.

Sete dias é muito pouco, conclui. Vida, o que você quer da vida? Por que é que você se pendura de ponta cabeça no galho de uma árvore?
Me lembro quando você costumava sentir tanto medo, mas então, as coisas pareciam até mais simples quando a coragem era palavra inexistente no seu vocabulário...

Vida, você está aqui tão presente e pulsante que só me resta te viver.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Banco o palhaço, te busco, te caço, mas você foge a passos largos e eu, tolo, não sei o que faço.

Te traio, te beijo, me mato. Cuspo e rasgo teu retrato, te abandono mas não te largo. Te amo e te maltrato.

Me corto em tua língua afiada, bebo cada dose da sua lágrima forçada. Rasgo os pulsos nessa peça improvisada.

Traio a mim mesmo, me pego fugindo pela cidade a esmo, sou fraco, fútil, funesto.

Então, descubra o que não é mentira. Flores, dores, rosas murchas pra quem eu amei um dia.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Então eu permaneci lá, sentada no degrau, por infinitos minutos. O tempo é mesmo relativo. Não tenho certeza sobre o quê estava pensando, pois era apenas como um estado de coma.
Você pensa que as coisas são impossíveis, até que começa a fazê-las.

Eu acendi um cigarro e bati as cinzas pelo chão, eu gosto do sabor da fumaça enquanto assisto o pôr do sol pela janela do meu quarto... eu gosto do sabor da fumaça... Mas, do que mais eu gosto mesmo??

Lembro da infância, quando girava e girava, caía no chão e a cabeça confusa. Quantas vezes prometi não fazer novamente? Só parei na adolescência. Hoje a cabeça ainda gira, mas por outros motivos. Quantas vezes, na manhã seguinte, jurei que nunca mais iria tomar cerveja?

Promessas que a gente faz, sem a intenção de cumprir.

Esse degrau me parece o lugar mais confortável do mundo... pena que...

Estive lendo velhos diários, antigos pensamentos, tentando descobrir quando foi que eu mudei tanto. Tanta gente veio, quase todos se foram. E, entre bons amigos e antigos amores, eu meio que entrei em transe. Sou a pessoa que mais amou nesse mundo. Sou a pessoa que menos se questiona os motivos de não ter dado certo.

Eu não sei se é prudente falar sobre os sentimentos, principalmente quando se tem a guarda baixa, como é meu caso. Eu nunca me protejo. Eu escrevo coisas sem sentido, entro em assuntos paralelos e as pessoas não entendem.

Daqui do degrau dá pra ver que vai chover... Talvez eu devesse largar esses devaneios e ir recolher a roupa do varal... Mas, uma pessoa que mal respira, você acha mesmo que ela se importa com a roupa, com a chuva, com o fim de semana?

É tão difícil partir, até que você parta. Então acaba sendo a coisa mais fácil que você já fez na vida.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

lá na roça tudo é triste, até o jeito de falar...

E entre alegrias e ansiedades, eis que surge - ainda que de leve - o medo. Eu olho pra todos esses rostos bronzeados de sol, corpos que encaram o trabalho no campo, gente tão simples, tão feliz, tão minha.

A moda de viola na hora do almoço, o português à la Guimarães Rosa proseado por uma gente tão verdadeira e de amores tão intensos.
O cheiro da chuva na terra. Aquele bando de pássaros cantando pro pôr do sol. A comida perfumada e feita aos montes, porque na roça o almoço é sempre feito em toneladas... só quem viveu isso sabe bem o que é...

É um sotaque meio que único, um jeito preguiçoso de conversar sobre essa vida que passa quase que parando.
Tudo, por menor que seja, vira assunto. Tudo vira causo. E entre a preparação pra mudança e a viagem, tudo vira caos.

Mas, ninguém falou que seria fácil, ninguém falou que seria indolor. Porque, quanto mais as coisas aconteçam (e elas acontecem aos montes) mais humana eu fico, sujeita a milhares de dores e felicidades.

A vida aqui nessa terra assim: devagar, aos poucos, gigante, única. E um dia eu volto pra ela.

domingo, 23 de setembro de 2012

2 x 23

Tentando decidir o que cabe em duas bagagens quando a gente opta por um sonho. Duas malas, 23kg cada. É tudo o que eu posso levar. E não, não estou reclamando! Eu, que adoro desafios e que já recomecei algumas dezenas de vezes, estou apenas amando isso tudo!

Separando peças, me livrando de peso desnecessário (entre objetos e pessoas), um turbilhão na cabeça e uma paz absurda no coração.
A melhor coisa do mundo é decidir por si mesma, fazer só aquilo que se tem vontade, quebrar as correntes, ser livre... A melhor coisa do mundo é saber que não é questão de sorte, e sim de competência.

Minha mãe me ensinou a não culpar as circunstâncias, o governo, o clima ou blá quando as coisas não dão certo. Meu pai me ensinou a nunca deixar as coisas darem errado. E eu cresci assim, com essa vontade louca de ser feliz e de amar sempre.

O álbum de fotos não vai comigo (muito pesado!), mas eu não gosto de álbum digital. Dois pacotes de café são presença confirmada em uma das malas. Preciso me livrar de coisas, preciso comprar outras tantas.
Coisas que vão ficando pra trás, dvd's, livros de Psicologia, coisinhas, coisonas. Coisas novas que estão por vir.

Muita cor, muito Brasil dentro da mala, mais ainda dentro de mim.

Meu quarto está uma bagunça, mas é bom ver a vida assim se ajeitando. Quem diria... Porque só duas pessoas nesse mundo sabem de fato, com todos os detalhes.
Uma parada pra um cigarro, a lembrança daquele dia em que uma simples FR mudou a sua vida todinha, antes mesmo de você saber.

Eu olho pras malas, preciso de mais espaço, preciso de pôrra nenhuma. Tudo o que é necessário cabe na minha bolsa: passaporte e Visto K1.
Deixo as malas pra outro dia, porque no fim da matemática, 2x23 é muito pouco pra levar quem não vai comigo, e ao mesmo tempo, espaço demais pro sorriso que eu guardo no peito.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Nos últimos 13 meses eu tenho me alimentado de pedaços de nuvens, mantido as estrelas sob os meus pés enquanto caminho. Durmo com a janela aberta na esperança de que um bando de vagalumes me carregue para o lado de lá do mapa.

Não foi tarefa das mais fáceis, mas mantive a cabeça em ordem e o coração batendo com toda a força que esse corpo é capaz de suportar... Eu virei noites em claro a ponto de quase perder a noção dos dias, mas insônia de felicidade é sempre coisa boa.

É bom saber que sou mais forte do que pensava, e das poucas vezes em que cogitei pular do balão, ele estava lá me trazendo a calma. E em todas as noites em que me senti tão solitária no meu castelo, ele escalou a torre pelas minhas tranças.

Em 7 dias começa uma nova história. Vamos escrever esse último capítulo e partir para o próximo livro. Os mesmos protagonistas. Rumo a um outro reino.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A chuva deixa tudo mais triste, as pessoas não saem de casa, eu não quero conversar. Talvez devesse ir lá fora,pisar na grama, me molhar inteira, lavar essa alma que hoje está cinza como o dia.

Ou talvez seria melhor esquecer, deixar pra lá... Mas como parar de pensar? Tentar não lembrar é como deixar de respirar, ou pior... Essas coisas que te matam aos poucos, te fazem ficar obcecada. Essas coisas que você não decide se são boas ou ruins.

Você pensa em escrever, a cabeça gira, o relógio bate... Cadê fome, cadê sono?

Tudo está tão quieto, o silêncio grita. Onde acaba o sonho e começa a realidade? E você busca forças, tudo tão em vão...

Deita, levanta, conta os azulejos da cozinha. O barulho da rede na varanda te incomoda. Tic tac, 02:31 da manhã. Você quer telefonar, você quer fingir que não se lembra. E é como injetar veneno na veia. Se estivesse morta, tudo seria tão mais fácil.

Mas o calor no peito e a dor constante mostram que ainda está viva. Ainda...

Talvez fosse melhor esquecer, deixar pra lá... E como fosse fácil, vira pro lado a fim de dormir.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

... e não é que as estrelas desabaram sobre a minha cabeça, me sujando toda de purpurina?

Foi num dia meio que cinzento dentro de mim, eu separei todas as minhas metáforas e as rasguei, uma a uma. Não me lembro se foi antes ou depois da agulhada, implacável e tão necessária, tão fiel nessas horas em que se tem o tórax aberto e o coração exposto.

E com as mãos eu precisei mantê-lo pulsando, massageei por horas a fio até que enfim pude guardá-lo de volta, e costurar o peito em pontos infinitos.

Você toma milhares de pílulas na tentativa de sanar essa dor, mas não percebe que esse eterno doer é o que te mantém vivo.
Lembra de quando era criança e achou que brincar de girar seria uma boa ideia? Pois então, eu não brinco disso há anos, mas a vertigem é presença certa nos meus dias. E eu ponho pra fora tudo o que está me amargando a boca, fácil. Complicado mesmo é limpar o vômito.
Complicado mesmo é encarar o espelho, a maquiagem borrada, os olhos vermelhos.

Mas aí, eu, que tenho a cabeça inchada e os pensamentos confusos por conta das estrelas que despencaram, me lembro que havia rasgado as metáforas... talvez da próxima vez seja melhor jogá-las ao vento ao invés de tentar colar novamente.

e em dias de cinza dentro de mim, deixar de lado essa ideia de escrever tanta bobagem... algumas lembranças devem ser esquecidas...

sexta-feira, 30 de março de 2012

...então eu rolei escada abaixo, me levantei e percebi alguns ossos quebrados e todos os dentes intactos. Sendo assim, não havia nada que pudesse me impedir de sorrir novamente, como naquelas tardes de domingo que não precedem a segunda.

Cobri as cicatrizes com tatuagens, você sabe. E os piercings pra manter as coisas presas no lugar.

Você já olhou nesses olhos e se deu conta de como eu mudei? Não é mesmo incrível que o passar de longos anos podem melhorar a gente? E mais está por vir: na semana que vem eu desato o último e derradeiro nó que me segura àquele velho problema.

Me lembro que de como as coisas eram grandes demais pra caber no meu peito... ou tão pequenas que eu nem mesmo as enxergava... Mas hoje eu abro as janelas e consigo ver cada um dos detalhes. Toda aquela turbulência me deixou tão zonza que eu não podia notar o óbvio.

E assim se deu a sinfonia, já que coisas óbvias nunca me atraíram mesmo...
Sendo assim, eu subi os degraus novamente, daquela mesma escada tão conhecida de nós dois... e agora que tanto tempo se passou, é a sua vez de conservar intactos os dentes. Foi ótimo pra mim, vai ser muito bom pra você.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Estou soltando os monstros que mantive trancados no meu armário.
Feridas que eu julguei cicatrizadas, hoje elas sangram e me mostram que bicho selvagem não nasceu pra viver enclausurado.

Eu sabia que esse dia iria chegar, e não sei ao certo até onde estou pronta. Todos têm um pecado, todos têm uma fraqueza... e a minha kryptonita tem os olhos raivosos, a boca podre embebida em veneno e mãos que querem me estrangular.

Eu deveria ter te matado muito antes, há 10 anos, naquela noite em que nos encostamos no para-peito do edifício e você me disse que era tudo ou nada. Eu não quis pular, mas quantas vezes você tentou me atirar lá de cima? E eu, zonza, sem saber o que fazer, tive que me agarrar no seu pescoço pra evitar a queda.

E, por todos os hematomas e arranhões, eu culpei a pessoa errada... E hoje, a pessoa errada me culpa.

...estou trazendo os monstros pra dentro da minha sala...

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

E a falta que faz a simplicidade do que é importante... aquela visão de pássaros, aquele assunto de Deus.
Mas o amor não é coisa que acontece uma só vez, não. Ele é sentimento eterno que a gente traz no fundo do peito, e transforma em pessoa. A flor do amor tem muitos nomes.

Acho de coração pequeno aquele que diz que ‘é uma vez só e por todo o sempre’. Porque é sentimento infindo, e o que muda é o objeto do desejo. Uma vida tão bem vivida, uma vida tão bem amada. Aquela espécie de sol entrado, (...) luar que põe a lua inchada.

Mas, nem o mais real dos filmes, o mais bem escrito dos livros; nem lá a gente encontra a explicação que se procura. Porque a gente só quer encontrar aquilo do que sente falta.  E nem se dá conta de que a gente só sabe bem aquilo que não entende.

Quantos foram pra mim o sol em pulo de avanço, (...) poço que promete peixe... Daquelas mãos eu recebia certezas.

E eu os deixei partir. Como o pôr do sol que precede a noite de lua cheia. Como o orvalho que anuncia o dia. Igual a chuva que cresce as flores.Moço, toda saudade é uma espécie de velhice.
E, com o coração posto na beira, (..) uma má vazante, aquele silêncio de ferro, eu os libertei. Porque tem horas em que penso que a gente carecia, de repente, de acordar de alguma espécie de encanto. Pra se encantar novamente.

Amor não tem rosto nem nome, moço. Muito menos morada eterna.

E muito melhor uma coleção de amores que um ajuntamento de contenções. E, se estamos em constante transformação nesse mundão de Deus meu, só posso pensar que, de cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Com o mesmo amor. De vários amores.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

...porque simplesmente não tem como clicar em "ferramentas" e apagar todo o histórico... porque temos um passado que pode não agradar a todos... porque a perfeição é algo que só existe se soubemos aceitar, sem julgamentos, os inconvenientes dos 'defeitos'.

Porque as diferenças estão aí pra equilibrar as coisas... e a gente sabe que a experiência depende muito dos tropeços...

Porque só os lunáticos são 100% felizes o tempo todo.

Porque somos normais e alguns nos detestam. Uns, pelo simples não ir com a cara. Outros, por razões óbvias.
E a gente tenta suprir as coisas que nos faltam num dia como esse. A gente lê, compra, dorme, come. Tenta sorrir... um sorriso meio que sem graça, é verdade. E a gente se lembra de que os dias estão repletos de calmaria, daquele tipo bom de sentir.

Por isso mesmo se sente ainda mais estúpida.
Onze anos atrás. Ainda não sei avaliar se é tempo suficiente para esquecer. Se foi grande o bastante para ainda recordar.

deveríamos ser expressamente proibidos de ler certas coisas, elas ainda não se encaixam.

domingo, 29 de janeiro de 2012


E às vezes vem aquele nó na garganta, acompanhado de uma vontade louca de se trancar numa bolha e nunca mais sair.
Você procura pelo motivo dessa angústia e inventa alguma desculpa estúpida, mas, no fundo, sabe bem do que se trata. Não, não vale a pena culpar o mundo quando a gente conhece a dor e a delícia de sermos quem somos.

 Então, você fica o dia todo com esse aperto no peito. Lembra de tudo. Claro. De cada palavra, cada telefonema, cada email. Se lembra até das coisas que ainda não viveu.
Pensa que poderia ser mais fácil, mas nunca foi covarde, afinal. Pensa que um dia só restarão as lembranças de uma vida inteira, e você quer as melhores possíveis. E por isso vai mudar TUDO pela quinta vez. Se arrisca. Aposta tudo mais uma vez. Até hoje nunca perdeu.

Então, escalar é preciso, e se atirar da mais perfeita altura também.
Mas a angústia não passa, não hoje. Domingo é mesmo um dia meio que morno, deve ser isso.

No domingo que vem tem mais, sempre. Mas, vale muito a pena. Ah, se vale. Porque sabe que, infelizmente, poucos tem essa chance de viver de verdade, com tudo. Poucos tem esse entusiasmo de experimentar cada uma das oportunidades que o mundo traz.
As pessoas se acostumam tanto com tão pouco. Por que será que elas sonham tão alto e rastejam tão baixo? Estão sempre se queixando, sempre desejando uma outra realidade.

Deixa arder, elas são um problema só delas, enfim. E esse texto não é sobre os outros, não...

Vai pro seu quarto, abre uma cerveja. Duas. Em pouco tempo, várias. Coloca aquela música, abraça o travesseiro e sente o rosto quente, molhado. Sem pensar em mais nada, finalmente dorme.

É bom demais sentir, é bom demais viver. Viver, não apenas existir. Um brinde a você que não acredita nos velhos clichês que afirmam que tristeza não tem fim, felicidade sim.


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Epitáfio
quando esse corpo padecer
e a alma se libertar
o coração parar de bater
o pulmão nunca mais respirar 


serei náufraga no mar das cruzes
distante de todas as luzes


quando meu riso falso sumir

e a dor por fim me deixar
o espí­rito puder sorrir
e toda a mágoa se dissipar 
encontrarei meu lugar perfeito 
e viverei de um outro jeito.


anjos de concreto e um epitáfio 

bem escrito 
"essa menina está vivendo num reino
tão mais bonito"

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Era como estar feliz, só que ao contrário, dizia ela. E eu dava as mesmas respostas prontas de quase sempre, que ela pouco escutava.
Vivendo no automático, sem sentir ou perceber. Um tanto melhor seria a morte.
Era como se a felicidade dependesse de toda uma soma única, de um valor exato. Todos os dias procurando por algo que não se sabe o quê, e incapaz de criar ou mudar o que já se tem. O que já se é.

E ela se fingia de brava e irritada como poucos; o que só denunciava toda a sua fragilidade. Mas por que as pessoas não enxergam? Por que ninguém vê o óbvio?

Falava de assuntos que pouco conhecia, apenas decorava algumas das coisas que achava ser interessantes, que pensava fazer dela uma garota diferente. Julgava os comportamentos que, inconscientemente, desejava repetir. Os pecados que sonhava em cometer. Gritava suas ‘verdades’ por aí afora. Impunha, falava como se alguém estivesse mesmo preocupado com as suas opiniões.

E por isso, quanto mais interessante pensava ser, mais tola e pequena se mostrava.
Era como ingerir veneno e tentar vomitá-lo no rosto das pessoas. Era como discutir um filme que nunca se assistiu.

E nessa constante busca pelo não se sabe o quê, ela desaba e, conforme o previsto, vira apenas mais uma pessoa. No sentido mais generalizado. Na maneira mais comparativa.

Mas eu vim até aqui para salvá-la. Era como querer correr quando se está em um pesadelo.

Era como começar um texto e não saber ao certo como terminar. Era como falar de alguém que não se conhece.

Não se apresse, não se atrase, menina... No fim disso tudo, você só vai descobrir a vida. A vida.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

...foram dias de pôr do sol nas redondezas do castelo...

Minha Glass House iluminada com o sorriso do meu pequeno príncipe... Vamos atarracar no rabo do cometa e descobrir planetas distantes. Sou sua rosa, antes mal criada e espinhosa, e ele cuidadosamente rega e escuta... Coloca o pára -vento para eu não adoecer...

E mesmo havendo milhões de rosas pelo mundo, eu sou Única, porque o tenho e ele me tem.
Juntos voamos pela atmosfera azulada, assoviando velhas canções que não se fazem mais e nos enroscando no lume das estrelas. É ele quem as acende.

Foi, por fim, uma colisão de galáxias. E eu desisto de tentar: não há como explicar os encantos dessa minha vida.