quinta-feira, 24 de maio de 2012

A chuva deixa tudo mais triste, as pessoas não saem de casa, eu não quero conversar. Talvez devesse ir lá fora,pisar na grama, me molhar inteira, lavar essa alma que hoje está cinza como o dia.

Ou talvez seria melhor esquecer, deixar pra lá... Mas como parar de pensar? Tentar não lembrar é como deixar de respirar, ou pior... Essas coisas que te matam aos poucos, te fazem ficar obcecada. Essas coisas que você não decide se são boas ou ruins.

Você pensa em escrever, a cabeça gira, o relógio bate... Cadê fome, cadê sono?

Tudo está tão quieto, o silêncio grita. Onde acaba o sonho e começa a realidade? E você busca forças, tudo tão em vão...

Deita, levanta, conta os azulejos da cozinha. O barulho da rede na varanda te incomoda. Tic tac, 02:31 da manhã. Você quer telefonar, você quer fingir que não se lembra. E é como injetar veneno na veia. Se estivesse morta, tudo seria tão mais fácil.

Mas o calor no peito e a dor constante mostram que ainda está viva. Ainda...

Talvez fosse melhor esquecer, deixar pra lá... E como fosse fácil, vira pro lado a fim de dormir.