A tempestade imaginária matou todas as flores em sua cabeça.
O outono estava lá, e havia nele uma elegância caótica, amarelada e intensa, deixando bem claro que paisagens - (assim como pessoas) - são tristes, são belas.
O vento frio de outubro gritava em seu rosto, e ela - de maneira bem mecânica (pois não fora feita pra fazer o que TEM que ser feito) - se via a organizar a vida pra estação mais cheia de poréns
Mais um ano, mais um acúmulo imenso de saudades, e essa construção incessante de si mesma... E como de costume, se tranca em meio a tantas idéias e alguns poucos talentos, lá vai ela, mecanicamente limpando as folhas do outono.
Pensa nas pessoas que moram no lado sul do planeta, e como a gente quebra promessas de jamais sair de lá . Lembra que nem tudo são folhas de outono e se dá conta de que a tempestade nunca aconteceu fora da sua mente.
Um banho quente aquece o corpo, e um copo de qualquer bebida aquece a alma. Algumas pessoas jamais estarão completas, e ela sabe disso.
Ela escreve coisas belas. Deve haver um mundo de perturbações na sua cabeça.