sábado, 24 de dezembro de 2011

O Natal chegou, data preferida de alguns, detestada por outros.
Tudo o que eu tenho a dizer é... GENTE - com letra maiúscula - sejamos honestos com as pessoas, mas acima de tudo, com nós mesmos. Que tenhamos a coragem e a sabedoria pra educar nossos filhos, de modo que eles sejam pessoas de bem. Vamos ser bons filhos e cuidar dos nossos pais da melhor maneira que nossa condição física, psicológica e financeira nos permita.
Vamos ser bons irmãos, não apenas de sangue, mas de coração também. Vamos ser os netos que entendem as dificuldades dos nossos velhinhos.
Vamos nos lembrar que cor da pele, questões políticas e geográficas são apenas bobagens inventadas por nós mesmos. Vamos respeitar as diferenças religiosas, a fé e a falta dela, pois o que veste em você não veste em mim.
Um ano novo vai começar, algo simbólico, fato, pois a vida que segue e o que você sente independe de data. Mas vamos nos dar a chance de compreender e oferecer a oportunidade de sermos igualmente compreendidos.
E os amigos, ainda que nunca estivemos juntos pessoalmente... ah, os amigos... O virtual é um jeitinho que encontramos de nos aproximarmos.
Vamos pensar nessa família maluca que temos e amara cada um de seus membros da maneira que nos for cabível, pois sentimento não se mede, não se pesa. Se sente. Vamos todos nos lembrar de quem está distante, porém sempre presente. Vamos nos recordar dos que se foram com alegria, eles nos deram tanta felicidade. Não pensemos neles com tristeza.
Aos casais, vamos pensar que respeito é fundamental, seja no começo, meio ou fim do relacionamento.
Cuidemos de nossos animaizinhos e respeitemos os do outro. Se você não gosta, não maltrate.
As diferenças estão aí pra nos fazer crescer enquanto pessoas, mais do que isso: enquanto GENTE.
E, gente erra, gente fala bobagem, gente sofre. Mas GENTE tem um algo de absurdamente mágico.
A vida muda os planos, mas o objetivo é sempre o mesmo: SER FELIZ. E, GENTE, nunca é tarde demais, nunca é cedo demais, nunca é pequeno ou grande demais.
Porque, cedo ou tarde, essa maravilha que é estar vivo chega ao fim. Mas, enquanto o fim não chega, sejamos GENTE, sejamos HUMANOS, sejamos FELIZES.
Conto com vocês no próximo Natal!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Aquele casal que se conhece desde sempre, brincavam juntos, brigaram juntos, cresceram juntos. A mãe dela era a "tia", a dele também. Ela era tão magrela e cabeluda, e ele era só um moleque branquelo e com o rosto cheio de espinhas.
Mas dizem que o tempo passa, e, rapaz, não é que ela estava até graciosa? Ele também encorpou, não era o mais bonito, mas sei lá... tinha um certo charme.
As brigas agora eram por outros motivos, que eles mesmos desconheciam. Implicavam um com o outro e ninguém entendia o porquê. E no dia seguinte, tinham que se encaram, eram vizinhos, 'quase parentes' como costumavam dizer.
Um dia ela foi embora, eram tempos de faculdade e a vida toca. Ele inventou que queria montar uma banda, mas todos sabiam da sua falta de talento.
O mundo rodou e os desencontros eram constantes. Nesse feriado, ele voltava pra cidade, mas nada dela aparecer. No próximo feriado, o contrário. Ah, melhor assim, ela era uma chata e ele um metidinho.
Mas no Natal do ano passado, as famílias haviam combinado e não havia espaço pra desculpas. E eles se viram. Cara, ela tava linda! Linda! E de mãos dadas com outro cara. Por que raios ele se incomodava tanto? Ele devia estar feliz, afinal, sua 'quase prima' com seu melhor amigo. É, ele tava feliz. Pros infernos!
Ele gaguejava, se engasgava com a cerveja, não conseguia olhar nos olhos do casal. E ela estava distante do namorado, por que tinha mudado tanto e de repente?
Não podia acreditar, não estava acontecendo, não, não, não... Oh, wait. Sim, sim, sim. Era paixão, era desejo, era raiva. Mas que merda, a gente não pode querer a mulher do amigo, do melhor amigo.
Culpa, o raio que te parta. Na primeira chance eu chego nela. Falo tudo. Das cartinhas de infância que eu nunca enviei, de como eu quis te beijar no pera-uva-maçã-salada mista. De todo o sono que perdi quando vi que você estava crescendo.
Quase meia-noite, o bode sumiu, deve ter ido ao banheiro.
Ele foi, contou tudo, já não gaguejava mais. Disse o quanto estava feliz por vê-la e como desejaria que ela estivesse sozinha. Pediu desculpas, não devia pensar nessas coisas.
Mas foi interrompido por um beijo, daqueles que a gente pega na nuca, que queima o estômago. Um beijo único, rápido, eterno. Olharam-se nos olhos e não disseram nada. A minha quase prima, a namorada do meu melhor amigo.
Virou as costas, saiu andando. Nunca mais, está prometido.
...assim como veio, assim partiu. pra uma vida inteira, um minuto apenas...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O suor escorre pelas têmporas, molhando e fazendo brilhar o rosto marcado por essa mistura insana de sentimentos, e sempre que ficava irritado, esse era o primeiro dos sintomas.
Avistou ao longe aquele que vinha procurando há tempos, apressou-se em tentar ordenar os pensamentos, afinal, aquela seria uma chance rara e não seria prudente desperdiçá-la. O passado girava em sua cabeça e fazia com que a raiva crescesse a cada segundo, maldição, era impossível esquecer.
O que parece ser uma simples mágoa para uns, pode ser o pior dos transtorno para outros.
Agora ele caminhava a passos largos e firmes, e seu alvo estava agachado, de costas, indefeso, incapaz. Nada o faria voltar atrás.
Bem perto, saca a arma e puxa o gatilho. Naquele barulhinho inconfundível - click - o rapaz vira-se devagar, olhos arregalados, fita o homem que o mantém na mira. Milhões de coisas passam por sua mente agora, e silenciosamente implora por misericórdia.
A gente deveria se arriscar mais, já que é certo que todos os caminhos levam a um mesmo lugar. E na vertigem dos seus pensamentos, o homem se vira e vai embora.
Porque um dia somos arma, no outro somos munição. Porque um dia somos a vítima, e no outro simplesmente desistimos de ser o algoz.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Detesto essas coisas tolas
que eu escrevo, que eu sinto.
Ou quando choro no espelho
me borro, me corto, me pinto
de boa menina, garota do bem
mas é tudo mentira, não gosto,
não suporto nem tolero ninguém.

Vivo no meu lindo castelo
doces, bexigas, e um príncipe
uma pequena boneca e um lago
com belíssimos cisnes.
Mas não se iluda, não sou uma
princesa; sou uma criança má
não quero a tua presença.

Enquanto o tempo passa meu coração
se endurece, minha alma vazia, chora
e se entristece.

Vai ser sempre assim, bem dessa
maneira, pois sou tão feliz em
meio a minha doce sujeira.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Vejo gente morta por todos os lados
assombrando os meus sonhos despedaçados
vigiando meu sono e me perseguindo
nunca querem me ver sorrindo.

Me esperam no quarto no cair da aurora
e parecem nunca querer ir embora
sorrisos e frases sem sentido
quase sempre acabam comigo.

As pessoas ignoram os meus apelos
e não se importam com meus pesadelos
fogem da minha mania de gente morta
que se esconde sempre atrás da porta.

Tenho medo da minha sorte,
temo o abraço da morte,
corro sempre da voz que me chama
e do olhar que parece gritar que me ama.

Fantasmas se fazendo reais no meu sono
acordo chorando, temendo o abandono
querendo entender essa sina tão torta,
tentando fugir de toda essa gente morta.