quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O suor escorre pelas têmporas, molhando e fazendo brilhar o rosto marcado por essa mistura insana de sentimentos, e sempre que ficava irritado, esse era o primeiro dos sintomas.
Avistou ao longe aquele que vinha procurando há tempos, apressou-se em tentar ordenar os pensamentos, afinal, aquela seria uma chance rara e não seria prudente desperdiçá-la. O passado girava em sua cabeça e fazia com que a raiva crescesse a cada segundo, maldição, era impossível esquecer.
O que parece ser uma simples mágoa para uns, pode ser o pior dos transtorno para outros.
Agora ele caminhava a passos largos e firmes, e seu alvo estava agachado, de costas, indefeso, incapaz. Nada o faria voltar atrás.
Bem perto, saca a arma e puxa o gatilho. Naquele barulhinho inconfundível - click - o rapaz vira-se devagar, olhos arregalados, fita o homem que o mantém na mira. Milhões de coisas passam por sua mente agora, e silenciosamente implora por misericórdia.
A gente deveria se arriscar mais, já que é certo que todos os caminhos levam a um mesmo lugar. E na vertigem dos seus pensamentos, o homem se vira e vai embora.
Porque um dia somos arma, no outro somos munição. Porque um dia somos a vítima, e no outro simplesmente desistimos de ser o algoz.

Um comentário:

  1. "A gente deveria se arriscar mais, já que é certo que todos os caminhos levam a um mesmo lugar."

    ler isso me dá uma coragem incrível e um angulo novo de ver as coisas, Nessa...

    relutamos tanto pra seguir um sonho, mas no final, isso vai pesar..

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