sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Então eu permaneci lá, sentada no degrau, por infinitos minutos. O tempo é mesmo relativo. Não tenho certeza sobre o quê estava pensando, pois era apenas como um estado de coma.
Você pensa que as coisas são impossíveis, até que começa a fazê-las.

Eu acendi um cigarro e bati as cinzas pelo chão, eu gosto do sabor da fumaça enquanto assisto o pôr do sol pela janela do meu quarto... eu gosto do sabor da fumaça... Mas, do que mais eu gosto mesmo??

Lembro da infância, quando girava e girava, caía no chão e a cabeça confusa. Quantas vezes prometi não fazer novamente? Só parei na adolescência. Hoje a cabeça ainda gira, mas por outros motivos. Quantas vezes, na manhã seguinte, jurei que nunca mais iria tomar cerveja?

Promessas que a gente faz, sem a intenção de cumprir.

Esse degrau me parece o lugar mais confortável do mundo... pena que...

Estive lendo velhos diários, antigos pensamentos, tentando descobrir quando foi que eu mudei tanto. Tanta gente veio, quase todos se foram. E, entre bons amigos e antigos amores, eu meio que entrei em transe. Sou a pessoa que mais amou nesse mundo. Sou a pessoa que menos se questiona os motivos de não ter dado certo.

Eu não sei se é prudente falar sobre os sentimentos, principalmente quando se tem a guarda baixa, como é meu caso. Eu nunca me protejo. Eu escrevo coisas sem sentido, entro em assuntos paralelos e as pessoas não entendem.

Daqui do degrau dá pra ver que vai chover... Talvez eu devesse largar esses devaneios e ir recolher a roupa do varal... Mas, uma pessoa que mal respira, você acha mesmo que ela se importa com a roupa, com a chuva, com o fim de semana?

É tão difícil partir, até que você parta. Então acaba sendo a coisa mais fácil que você já fez na vida.

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