sábado, 19 de novembro de 2011

Cinco e quarenta e seis.

Os ponteiros do relógio são inimigos que torturam, mas não matam, ela pensa. Com muito tempo livre, procura um passatempo qualquer, mas parece já ter esgotado todas as possibilidades.
Corta o próprio cabelo, pinta as unhas de vermelho, procura por suas roupas vintage. Nem todas as correntes são de ouro. Poucas pedras são diamantes.
Se ajeita na cama, procura o controle da tv, fuma um cigarro. Parou de tomar café, mas que merda!
A mariposa gira ao redor da lâmpada e não se importa com as constantes cabeçadas.  Sua sombra na parede tem algo de mágico e assustador. Engraçado... Não é mesmo verdade que a sombra que a gente sente parece sempre mais escura e perigosa do que o objeto causador?
Lá fora a lua é imensa, lá dentro tudo parece pequeno.
Olha para a tela em sua frente. Que monte de bobagem escrita!
As pessoas estão há tempo dormindo. A pessoa precisa ir dormir.
Relógio, de novo. Cinco e quarenta e seis. Mais um dia se foi, ou outro dia está começando?  O  tempo  bate, mas nunca mata.
Talvez ela publique um texto, desligue tudo e vá dormir. Pode ser que se vire de lado e antes que feche os olhos, perceba que o tempo não é o vilão. Ela, afinal, está mais segura de tudo.
Vem nascendo um novo dia e ela vai procurar outros culpados. Ansiedade, é contigo agora.

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