sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Passos largos, a respiração ofegante, visão turva, os pensamentos confusos. Evita o elevador, sobe as escadas, trôpego, sôfrego; por que diabos ninguém percebe essa tamanha perturbação? 
Nos últimos meses aconteceram coisas que contribuíram para esse estado deplorável em que se encontra agora. 

Talvez fosse melhor viver sem conhecê-los, sem criar expectativas, porque no final, quase tudo é falso, pequeno, quase tudo é nada.

Poucas pessoas valem a pena, as pessoas lhe eram raras  naquele fim de tarde em que decidira subir os 18 andares de um prédio qualquer, para fugir de não se sabe o quê. 

Um paradoxo, falácia, erro de raciocínio. Era assim que se sentia, no pior dos significados. 
E perto do parapeito, o vento sopra tão louco naqueles metros acima. A respiração se acalma, os ânimos se resfriam, os pensamentos são tão lentos agora. Acho que só queria ver o horizonte. Acho que só queria se sentir grande. Acho que...
Eles não deveriam construir prédios tão altos e de fácil acesso...  é demasiado atraente para as pessoas. 

3 comentários:

  1. Lembro dessa última frase no seu blog antigo... E várias vezes (várias mesmo) já me lembrei dela por motivos diferentes...

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  2. voltar a ler suas palavras é como voltar a um lugar que se sabe ser conhecido e desconhecido, é ser feliz so por ser!!!!! ainda be que voltou!!!!!!

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  3. Muito bem escrito, com uma qualidade literária inquestionável. Uma pequena viagem na alma humana, uma viagem tão curta quanto à subida do suposto suicida nas escadarias do prédio de 18 andares. Gostei muito do seu estilo de escrita, parabéns. Adoro mulheres que escrevem bem. Adoro mulheres que escrevem.

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